sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Um abraço e até mais!



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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Música para surdos?

Na cultura dos ouvintes a relação entre a música e o ouvir é prevalente, mas e para o surdo, existe uma relação possível? Pode-se dizer que a música é uma forma de comunicação pelo “toque”, devido as vibrações sonoras que produz. Se pensarmos que muitos surdos têm seus outros órgãos do sentido potencializados, eles podem experimentar as vibrações de formas até mais intensas que os ouvintes.

Um professor de radiologia da Universidade de Washington, Dr. Dean Shibata, realizou exames de ressonância magnética nos cérebros de voluntários surdos e ouvintes no momento que eles recebiam vibrações em suas mãos. Em todos os casos foi registrada atividade na região do cérebro que processa as vibrações, como era de se esperar. No entanto, nos cérebros dos surdos foi observada a ativação do córtex auditivo, região que entra em ação quando se ouve algum tipo de som, o que não foi observado com tamanha intensidade nem mesmo nos cérebros dos ouvintes.

Com os resultados dessa pesquisa, pode-se perceber que a região do córtex auditivo no surdo assume outra função na ausência da audição, ou seja, o cérebro dos surdos “adapta-se” para ouvir música. Diante dessa descoberta percebeu-se a importância de trabalhar desde a infância com a música a fim de estimular o desenvolvimento cerebral e aprimorar as habilidades dos surdos, que apresentam resultados positivos no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo.


Cinara Invitti Lemos


Fontes:


http://super.abril.com.br/cultura/musica-para-surdos


Imagem: Freepik.com.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O que é Microcefalia?

A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada e os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal. Sua ocorrência pode estar relacionada a uma série de fatores como radiação; substâncias químicas; e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias e vírus (BRASIL, s.d.).

Em entrevista ao Blog da Saúde, os especialistas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Ana Elisa Baião, Márcio Nehab e Tânia Saad esclareceram mais sobre o assunto (BRASIL, 2016b):

Ana Elisa destacou que um acompanhamento específico com uma equipe multiprofissional apontará o tipo de deficiência que a criança apresentará e quais medidas serão tomadas para tratá-la a fim de possibilitar o melhor desenvolvimento possível em cada caso. Márcio Nehab afirmou que é impossível dizer qual acometimento cerebral a criança terá. Existem diferentes gradações de microcefalia, desde um grau pequeno até um grau mais severo, e assim, diversas manifestações clínicas, levando a diferenças em relação ao prognóstico. Algumas das possíveis complicações são: deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia e comprometimento no desenvolvimento global.

Tânia Saad afirmou que a microcefalia tem tratamento e este será adequado ao tipo e grau de acometimento que a criança apresentar. Feito o diagnóstico, será necessário cuidar das necessidades apresentadas, como por exemplo: fisioterapia, no caso de rigidez ou comprometimento no desenvolvimento; fonoaudiologia, se houver dificuldades de deglutição; fisioterapia respiratória, para melhorar a respiração; neuropediatria devido à possibilidade da ocorrência de crises convulsivas; pediatria, gastroenterologia e nutrição a fim de garantir a manutenção do peso ideal, para que a criança suporte melhor todas as intervenções interdisciplinares. Além dos atendimentos citados por Tânia Saad, que visam os aspectos biológicos da pessoa com microcefalia, destaca-se a importância do acompanhamento psicológico tanto nos processos de diagnóstico, estimulação, orientação, quanto psicoterápico dela e de toda a família.

O desenvolvimento infantil é um processo multidimensional que se inicia com o nascimento e que engloba o crescimento físico e a maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança. Nos primeiros três anos de vida o cérebro se desenvolve mais rapidamente, constituindo oportunidade para o estabelecimento das funções que repercutirão em maior independência e, consequentemente, melhor qualidade de vida no futuro. Crianças com microcefalia e prejuízos do desenvolvimento neuropsicomotor beneficiam-se da estimulação precoce para favorecer o desenvolvimento motor e cognitivo. É imprescindível o envolvimento dos pais e familiares neste processo, uma vez que o ambiente social é o mais rico em estímulos para a criança (BRASIL, 2016a).  

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Microcefalia. Ministério da Saúde, 2015. Ministério da Saúde, s.d. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/orientacao-e-prevencao/xyz-microcefalia>. Acesso em: 15 fev. 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016a. 42 p : il. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/protocolo-sas-2.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Especialistas tiram dúvidas sobre zika e microcefalia. Ministério da Saúde, 2016b. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/perguntas-e-respostas/50545-especialistas-esclarecem-algumas-duvidas-sobre-o-virus-zika-e-a-microcefaliahtml.html>. Acesso em: 15 fev. 2016.


Cinara Invitti Lemos
Giane Maria Bosi





quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Exemplo de Acessibilidade

Vivemos em um país no qual são muitas as dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência. São barreiras arquitetônicas, comunicacionais, informacionais, atitudinais, entre outras. Diante desta nossa realidade é encantador quando nos deparamos com uma sociedade que inclui as pessoas com deficiência de outra forma, que cria estruturas, disponibiliza recursos que os possibilita viver de forma mais autônoma. Segue um relato para nos inspirar, pequenas adaptações que mudam totalmente o dia-a-dia daqueles que apresentam alguma necessidade específica de locomoção:

País conhecido por sua tecnologia de ponta, o Japão mostra que medidas simples são capazes de resolver o problema de falta de acessibilidade. Na série sobre pessoas com deficiência, o Jornal Nacional apresentou soluções, algumas de fácil implantação, utilizadas no Japão para viabilizar a independência das pessoas que apresentam alguma necessidade específica para se deslocar.

Uma estratégia que já é conhecida e utilizada de forma mais frequente é o sinal sonoro para auxiliar as pessoas com deficiência visual a realizar a travessia de ruas. Em Tóquio, é utilizada uma técnica semelhante para orientar às pessoas a repeito da direção de seu deslocamento. Para indicar a direção norte-sul, é emitido um som de cuco e para a direção leste-oeste, o som do piu do passarinho. Outras medidas que se destacam é a grande quantidade de piso tátil presente na cidade e as informações disponíveis em braille.

Estruturas que facilitam a locomoção das pessoas com deficiência física são as calçadas planas, sem buracos e com rampas suaves disponíveis para a travessia das ruas. Nos ônibus são utilizadas rampas simples, montadas pelo motorista na hora do embarque/desembarque, que permitem o acesso da pessoa com cadeira de rodas, uma vez que os ônibus são mais baixos e não possuem degraus. No metrô, basta a pessoa avisar sobre sua deficiência, e um funcionário a auxiliará no embarque e entrará em contato com a estação de destino, onde haverá alguém para auxiliá-la no desembarque. Também são disponibilizados outros recursos para facilitar o dia-a-dia das pessoas que usam cadeira de rodas, como banheiros adaptados em locais públicos e botão extra em uma altura menor para chamar o elevador.

No entanto, apesar de todas as adaptações é essencial que se invista em educação para que todos compreendam a importância desta estrutura e passem então a respeitá-las.


Clique na imagem para ter acesso a reportagem do Jornal Nacional:



Cinara Invitti Lemos


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O que é autismo?


Dificuldades na interação social e na comunicação são as principais características observadas em autistas, que geralmente surgem até os três primeiros anos de vida. O autismo é um transtorno do desenvolvimento de causa ainda desconhecida, mas com indícios para uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

A pessoa com autismo apresenta diferentes características e graus de comprometimento. Alguns não apresentam comunicação verbal e contato interpessoal, com alta incidência de movimentos estereotipados e repetitivos. Entretanto, outras pessoas possuem menor comprometimento, dominam a linguagem, apresentam capacidade intelectual igual ou até superior a média da população e apresentam menor dificuldade de interação social, o que as possibilita viver sem necessidade de maiores adaptações.

As características de cada indivíduo estão relacionadas com as limitações e potencialidades de acordo com o grau de autismo, e também com o nível de estimulação que este recebeu para desenvolver os aspectos em que apresenta limitações. O ideal é que o autista seja atendido por uma equipe multidisciplinar para que possa ser avaliado em relação a vários aspectos, e após identificadas as suas necessidades particulares seja oferecido o tratamento mais adequado.

Acreditar que a pessoa é capaz e estimulá-la é fundamental para que ela se desenvolva e se torne um adulto mais independente.



Sugestão de documentário:
O cérebro de Hugo”






Para mais informações consulte:
Associação de Amigos do Autista http://www.ama.org.br/



Cinara Invitti Lemos



quarta-feira, 1 de julho de 2015

Ansiedade, pesadelos, medo, irritabilidade...algumas consequências da violência

Um pouco sobre Estresse Pós-Traumático





Muitas situações pelas quais passamos ao longo da vida se tornam difíceis de serem superadas. Geralmente as mais traumáticas são aquelas em que há ameça à vida, seja à nossa própria ou de terceiros. Diante da morte nos sentimos impotentes e por muitas vezes culpados. Esta culpa surge como consequência da avaliação de que havia algo a mais para ser feito, algo que estava ao nosso alcance, mas que não fizemos. E isso não ocorre apenas diante da concretização 
da morte, mas da sua ameça e do sofrimento 
envolvidos nas situações críticas.

Uma importante característica do Estresse Pós-Traumático é a chamada re-experiência. Esta, nada mais é que a vivência repetida da situação traumática, que se concretiza por meio de pensamentos repetitivos, lembranças repentinas de situações específicas, pesadelos, todos acompanhados por uma forte carga emocional. Intenso sofrimento psicológico que pode se manifestar em sintomas físicos, como: distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância, tonturas, dores de cabeça, assim como taquicardia e sudorese.

A pessoa com estresse pós-traumático também pode apresentar isolamento social. Este geralmente ocorre na tentativa de evitar entrar em contato com situações, pessoas, objetos que possam reavivar lembranças do episódio traumático. Este isolamento surge na tentativa de evitar a dor, que por vezes se torna insuportável.

Precisamos lembrar que cada pessoa lida com as situações que enfrenta ao longo da vida de forma particular. Situações traumáticas não são unânimes. Uma situação pode ser extremamente difícil para uma pessoa enquanto outra pode vivênciá-la sem maiores dificuldades, e até mesmo com tranquilidade. Esta é a diferença de tolerância de cada um diante uma mesma situação. Por isso é preciso que sejamos bons observadores para identificar quando alguém está sofrendo e assim poder ajudá-lo.

É esperado que após situações de intenso sofrimento surjam alguns sintomas que foram mencionados, mas isso não necessariamente é um diagnóstico do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. O que não quer dizer que eles devam ser ignorados ou que não tenham relevância. Todo e qualquer sofrimento precisa da atenção adequada para que não se prolongue e/ou intensifique de forma a ocasionar danos maiores ao indivíduo. O importante é estarmos atentos àqueles que vivenciaram situações traumáticas para que recebam os cuidados necessários a fim de superar estas dificuldades.


Cinara Invitti Lemos



sexta-feira, 22 de maio de 2015

“E agora, como devo chamar?”

 Terminologias adequadas quando tratamos de deficiência


Muitas pessoas ficam inseguras em se dirigir a alguém com deficiência devido ao desconhecimento sobre a forma que devem chamá-los. Devido a uma história de muito desconhecimento e preconceito em relação à deficiência já foram utilizadas muitas terminologias inadequadas no que se refere a representação da pessoa com deficiência. Hoje, depois de muitas conquistas chegou-se a definição do termo “PESSOA COM DEFICIÊNCIA” como o mais adequado por permitir a valorização da pessoa que apresenta alguma deficiência, mas não resumi-la a esta. É importante lembrar que todas as pessoas possuem qualidades e habilidades independente de apresentar ou não uma deficiência.


Como forma de valorização das potencialidades das pessoas com deficiência devemos evitar alguns termos que já foram bastante utilizados, mas que carregam consigo um significado negativo, como é o caso do termo “deficiente”, que ressalta apenas a deficiência, como se esta fosse a única característica da pessoa, não valorizando-a, e não considerando todas as suas possibilidades como ser humano. Também devemos evitar o termo “portador de deficiência” que remete a algo que é portado pela pessoa, como se houvesse a possibilidade de retirar a deficiência e colocá-la em um momento posterior. Outro termo bastante difundido foi “pessoas com necessidades especiais”, em relação a este temos algumas considerações a fazer.


As necessidades especiais ou específicas podem ser consequência de uma deficiência, no entanto não é exclusividade desta. Outras pessoas podem necessitar de auxílios especiais, como é o caso de uma pessoa idosa, alguém que esteja com a perna quebrada, grávidas, obesos, entre outros. Por isso, não devemos nos dirigir a pessoa com deficiência como “pessoa com necessidade especial”, ela é uma pessoa que em algumas situações pode apresentar alguma necessidade especial/específica, mas não se caracteriza por esta.


A forma que nos referimos a alguém demonstra o respeito que temos em relação a ela. Ao utilizarmos a nomenclatura PESSOAS COM DEFICIÊNCIA fornecemos a oportunidade que estas pessoas sejam reconhecidas por suas capacidades, não apenas por sua deficiência e dificuldades. Com respeito e sensibilidade é possível incluirmos a todos, olhando sempre mais para as capacidades das pessoas e não apenas para suas limitações.


Cinara Invitti Lemos